domingo, 26 de julho de 2009

Quero um deserto

Deserto

QUERO UM DESERTO
Um deserto para viver, por um momento, em feliz silêncio
Um deserto onde me encontrar face a face com Deus
Um deserto no qual poder escutar a voz do Senhor
Um deserto no qual provar a minha fé
Um deserto no qual medir a minha fé
Um deserto onde comprovar a força dos meus ideais


QUERO UM DESERTO
onde começar a gostar e valorizar mais a Palavra de Deus com o oásis da eucaristia esperando-me para me fortalecer com as palmeiras da mão de Deus cobrindo-me diante dos perigos Com a aridez do sol que evapore de mim o que me afasta de Jesus.


QUERO UM DESERTO
Par sentir fome de Deus
Para fortalecer o corpo e o espírito do meu coração
Para decidir entre Deus e o maligno
Para prostrar-me definitivamente ante o Criador.


QUERO UM DESERTO
Para sair vitorioso diante do mal
Para combater contra o inimigo de Deus
Para dar glória e culto a quem o merece: O Senhor
Onde encontrar esse deserto, meu Senhor?
Só tu serás capaz de me indicar a rota para encontrá-lo!
Só tu serás o único que pode me ensinar o caminho!
Tua Palavra Senhor, é um deserto onde poderei te escutar
A Oração, Senhor, é um deserto onde poderei te sentir
A austeridade, Senhor, é um deserto com a qual poderei me aproximar
A Caridade, Senhor, é um deserto onde poderei recordar
que tu vives no outro. Amém.


Leoz
Tradução de Pe. Antônio

sexta-feira, 17 de julho de 2009

Um amigo, uma saudade

 

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Existem pessoas que fazem falta em nossas vidas

 

Existem pessoas que fazem falta em nossas vidas. Quanto mais especiais e mais importantes para nós, tanto mais sentimos falta da presença delas, das coisas simples, dos pequenos gestos. É um sentimento que preenche a alma, mas, ao mesmo tempo, traz um vazio ao peito. Uma saudade sem tamanho.

 

Se estamos em um lugar e a saudade aperta, mesmo que tudo diga que a pessoa não virá, há uma esperança tão grande, que a todo momento vivemos a expectativa do encontro. Não importa o que nos dizem e o quão contrárias sejam as notícias, o coração vive a expectativa da chegada no olhar que busca o amigo em todos os lugares. Mesmo que demore dias, meses, anos, o coração sempre espera ansioso o reencontro com o coração do amigo.

 

Mas por que tudo isso? Por que esse sentimento tão forte de ausência e de saudade que preenche a alma? Por que isso não acontece com todas as pessoas?

 

Já dizia o poeta que quando sentimos saudade de um amigo, sentimos saudade do pedaço de nós que está no coração dele. Por isso o sentimento de ausência. Por isso a saudade tão forte. Só nos sentimos completos quando encontramos nele o pedaço de nós mesmos que nos falta. Não é uma dependência afetiva da pessoa, pelo contrário, é uma necessidade de encontrar a si mesmo nela.

 

Esse encontro não se limita à presença física, ele a transcende porque o sentimento que há nos corações nos leva além do tempo e do espaço. Padre Léo dizia: “A presença física é a mais pobre das presenças”, mas quando ela é sublimada, torna-se parte de um todo e intensifica o que já existe. Não depende de estar perto da pessoa, mas se há o sentimento puro e verdadeiro, essa proximidade se plenifica.

 

No entanto, não esperemos viver isso com todas as pessoas; essa graça ocorrerá com poucas, não porque algumas sejam melhores que as demais, mas porque foi a essas pessoas que Deus confiou parte de nós mesmos para que por elas fôssemos cuidados.

 

Essa é a saudade de uma verdadeira amizade. A saudade que é uma pessoa. Via pela qual encontramos no amigo a nós mesmos. Encontramos o que falta em nós e que a ele foi confiado por Deus. Por isso dói, por isso traz um vazio ao peito. Sentimos falta do pedaço de nós mesmos que ele traz em si.

 

Santo Agostinho dizia que a metade de nossa alma é um bom amigo. Por isso quando o coração apertar com a dor da saudade de um grande amigo, só o Senhor poderá romper o tempo, o espaço, e levar a nossa alma a estar novamente completa. Somente Ele pode consolar essa dor, pois é n'Ele que os verdadeiros amigos se encontram e se eternizam. No Senhor a saudade se torna esperança e alegre expectativa de reencontrar a si mesmo no coração de um grande amigo.

 

Tenho saudade! Por isso não demore a me trazer de volta para mim mesmo!

 

Saudade de mim em você,

 

Por: Renan Félix (Seminarista da Comunidade Canção Nova)

Fonte: Canção Nova

quinta-feira, 2 de julho de 2009

Desiderata

Riacho

 

No meio do barulho e da agitação,
caminhe tranqüilo, pensando na paz
que você pode encontrar no silêncio.


Procure viver em harmonia com as pessoas
que estão ao seu redor, sem abrir mão de sua dignidade.
Fale a sua verdade, clara e mansamente. Escute a verdade dos outros,
pois eles também têm a sua própria história.
Evite as pessoas agitadas e agressivas:
elas afligem o nosso espírito.


Não se compare aos demais, olhando as pessoas como superiores ou inferiores a você: isso o tornaria superficial a amargo. Viva intensamente os seus ideais e o que você já consegiu realizar.
Mantenha o interesse no seu trabalho, por mais humilde que seja: ele é um verdadeiro tesouro na contínua mudança dos tempos.


Seja prudente em tudo o que fizer, porque o mundo está cheio de armadilhas. Mas não fique cego para o bem que sempre existe.
Há muita gente lutando por nobres causas.
Em toda parte, a vida está cheia de heroísmo.


Seja você mesmo.
Sobretudo não simule afeição e não transforme o amor numa brincadeira,
pois no meio de tanta aridez, ele é perene como a relva. Aceite com carinho o conselho dos mais velhos e seja compreensivo
com os impulsos inovadores da juventude.


Cultive a força do espírito e você estará preparado para enfrentar as surpresas da sorte adversa.
Não se desespere com perigos imaginários:
muitos temores têm sua origem no cansaço e na solidão.


Ao lado de uma sadia disciplina, conserve, para consigo mesmo, uma imensa bondade.
Você é filho do universo, irmão das estrelas e árvores, você merece estar aqui.
E mesmo se você não pode perceber, a terra e o universo vão cumprindo o seu destino.


Procure, pois, estar em paz com Deus, seja qual for o nome que você lhe der.
No meio de seus trabalhos e aspirações, na fatigante jornada pela vida, conserve, no mais profundo do ser, a harmonia e a paz.


Acima de toda mesquinhez, falsidade e desengano, o mundo ainda é bonito.
Caminhe com cuidado faça tudo para ser feliz e partilhe com os outros a sua felicidade.


Texto encontrado em Baltimore,
na antiga Igreja Saint-Paul, em 1962

Fonte: Paulinas On Line