quarta-feira, 17 de junho de 2009

Amor e Amizade num gesto de carinho

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APRENDI QUE UM HOMEM SÓ TEM O DIREITO DE OLHAR UM OUTRO DE CIMA PARA BAIXO PARA AJUDÁ-LO A LEVANTAR-SE”.

(Gabriel Garcia Marques)

sexta-feira, 12 de junho de 2009

PARA NÃO CAIR EM ESQUECIMENTO

 

HORTÊNCIAS

 

Passeio MG - Passa 4 e S. Lourenço 06 a 08 jun 2008 056

 

UMA FORMA DE LEMBRAR QUE A VIDA E O QUE É BONITO VEM DO ALTO E ESTÁ SEMPRE PERTO DE NÓS.

Foto: de minha autoria

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Shiva

Conhecimento cultural e diálogo inter-religião não faz mal a ninguém. Ao contrário, devemos estar preparados para diversas situações…mais ainda se somos missionários. Algum missionário se atreveria evangelizar num lugar que não conhecesse nada de sua cultura ou de sua religião? Além do mais, de diversas religiões podemos obter muitos ensinamentos salutares. Vejo que em muitas culturas/religiões, existem diferenças muito grandes na  forma de viver, de pensar, de comportamentos. Porém, de sua essência, muitas vezes, podemos obter ensinamentos salutares para  nossas vidas e nosso dia a dia.

Escolhi o “uma linha” que segue, do hinduísmo que achei muito interressante partilhar, pois a mensagem que transmite me pareceu muito “auspiciosa”.

PS: PARA QUEM NÃO ME CONHECE, SUGIRO UMA VISITA NO BLOG Caminho e Santidade. PAZ E BEM.

 

Shiva ou Xiva é um deus ("Deva") hindu, o Destruidor (ou o Transformador), participante da Trimurti juntamente com Brama (Brahma), o Criador, e Vixnu (Vishnu), o Preservador.

Uma das duas principais linhas gerais do hinduísmo é chamada de xivaísmo, em referência ao deus.

Shiva

 

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Ioga

Na tradição hindu, Shiva é o destruidor, que destrói para construir algo novo, motivo pelo qual muitos o chamam de "renovador" ou "transformador". As primeiras representações surgiram no período Neolítico (em torno de 4.000 a.C) na forma de Pashupati, o "Senhor dos Animais". A criação da ioga, prática que produz transformação física, mental e emocional, portanto, intimamente ligada à transformação, é atribuída a ele.

Shiva é o deus supremo (Mahadeva), o meditante (Shankara) e o benevolente, onde reside toda a alegria (Shambo ou Shambhu).

O trishula

O tridente que trishula aparece nas ilustrações de Shiva é o trishula. É com essa arma que ele destrói a ignorância nos seres humanos. Suas três pontas representam as três qualidades dos fenômenos: tamas (a inércia), rajas (o movimento) e sattva (o equilíbrio).

Shiva segurando o trishula

 

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A serpente

A naja é a mais mortal das serpentes. Usar uma serpente em volta da cintura e do pescoço, simboliza que Shiva dominou a morte e tornou-se imortal. Na tradição da ioga, ela também representa Kundalini, a energia de fogo que reside adormecida na base da coluna. Quando despertamos essa energia, ela sobe pela coluna, ativando os centros de eneria (chakras) e produzindo um estado de hiperconsciência (samádhi), um estado de consciência expandida.

 

Ganga

No topo da cabeça de Shiva se vê um jorro d'água. Na verdade é o rio Ganges (Ganga) que nasce dos cabelos de Shiva. Há uma lenda que diz que Ganges era um rio muito violento e não podia descer à Terra pois a destruiria com a força do impacto. Então, os homens pediram a Shiva que ajudasse e ele permitiu que o rio caísse primeiro sobre sua cabeça, amortecendo o impacto e depois, mais tranqüílo, corresse pela Terra.

Lingam

Lingam ("emblema", "distintivo", "signo"), também chamado de linga, é o símbolo fálico de Shiva. Ele representa o pênis, instrumento da criação e da força vital, a energia masculina que está presente na origem do universo. Está associado ao poder criador de Shiva.

O lingam é o emblema de Shiva. Na Índia, reverenciar o lingam é o mesmo que reverenciar a Shiva. Ele pode ser feito em qualquer material, embora o preferido seja o de pedra negra. Na falta de uma escultura, se constrói um lingam com a areia da praia ou do leito do rio; ou simplesmente se coloca em pé uma pedra ovalada.

É comum, nos templos, se pendurar sobre o lingam uma vasilha com um pequeno orifício no fundo. A água é derramada constantemente sobre ele numa forma de reverência. A base do lingam representa yoni, a vagina, mostrando que a criação se dá com a união do masculino e feminino.

Damaru

O tambor em forma de ampulheta representa o som da criação do universo. No hinduísmo, o universo brota da sílaba /ôm/. É interessante comparar essa afirmação com a conhecido prólogo do Evangelho de São João: "No princípio era o Verbo (a sílaba, o som). E o Verbo era Deus. (...) Tudo foi feito por Ele (o Verbo) e sem Ele nada se fez."

É com o som do damaru que Shiva marca o ritmo do universo e o compasso de sua dança. As vezes, ele deixa de tocar por um instante, para ajustar o som do tambor ou para achar um ritmo melhor e, então, todo o universo se desfaz e só reaparece quando a música recomeça.

Fogo

Shiva está intimamente associado ao fogo, pois esse elemento representa a transformação. Nada que tenha passado pelo fogo, permanecerá o mesmo: o alimento vai ao fogo e se transforma, a água se evapora, os corpos cremados viram cinzas. Assim, Shiva nos convida a nos transformarmos através do fogo da ioga. O calor físico e psíquico que essa prática produz nos auxilia a transcender nossos próprios limites.

Nandi

Nandi ("aquele que dá a alegria") é o touro branco que acompanha Shiva, sua montaria e seu mais fiel servo. O touro está associado às forças telúricas e à virilidade. Também representa a força física e a violência. Montar o touro branco, significa dominar a violência e controlar sua própria força.

Sua devoção por seu senhor é tão grande que sempre se encontra sua figura diante dos templos dedicados a Shiva. Ele está deitado, guardando o portão principal.

A lua crescente

A lua, que muda de fase constantemente, representa a ciclicidade da natureza e a renovação contínua a qual todos estamos sujeitos. Ela também representa as emoções e nossos humores que são regidos por esse astro. Usar um crescente nos cabelos simboliza que Shiva está além das emoções. Ele não é mais manipulado por seus humores como são os humanos, ele está acima das variações e mudanças, ou melhor, ele não se importa com as mudanças pois sabe que elas fazem parte do mundo manifesto. Os mestres que se iluminaram afirmam que as transformações pelas quais passamos durante a vida (nascimento e morte, o final de uma relação, mudança de emprego, etc.) não afetam nosso ser verdadeiro e, portanto, não deveríamos nos preocupar tanto com elas.

Nataraja

Neste aspecto, Shiva aparece como o rei (raja) dos dançarinos (nata). Ele dança dentro de um círculo de fogo, símbolo da renovação e, através de sua dança, Nataraja cria, conserva e destrói o universo. Ela representa o eterno movimento do universo que foi impulsionado pelo ritmo do tambor e da dança. Apesar de seus movimentos serem dinâmicos, como mostram seus cabelos esvoaçantes, Shiva Nataraja permanece com seus olhos parados, olhando internamente, em atitude meditativa. Ele não se envolve com a dança do universo pois sabe que ela não é permanente. Como um yogue, ele se fixa em sua própria natureza, seu ser interior, que é perene.

Em uma das mãos, ele segura o Damaru, o tambor em forma de ampulheta com o qual marca o ritmo cósmico e o fluir do tempo. Na outra, traz uma chama, símbolo da transformação e da destruição de tudo que é ilusório. As outras duas mãos, encontram-se em gestos específicos. A direita, cuja palma está a mostra, representa um gesto de proteção e bênçãos (abhaya mudrá). A esquerda representa a tromba de um elefante, aquele que destrói os obstáculos.

Nataraja pisa com seu pé direito sobre as costas de um anão. Ele é o demônio da ignorância interior, a ignorância que nos impede de perceber nosso verdadeiro eu. O pedestal da estátua é uma flor de lótus, símbolo do mundo manifestado.

A imagem toda nos diz: "Vá além do mundo das aparências, vença a ignorância interior e torne-se Shiva, o meditador, aquele que enxerga a verdade através do olho que tudo vê (terceiro olho, Ájña Chakra)."

Shiva como Nataraja

 

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Pashupati

Pashupati ("senhor dos animais", de pashu, "animais", "feras", "bestas", e pati, "senhor", "mestre") é uma das primeiras representações de Shiva e surgiu no neolítico, por volta de 4.000 a.C.. É representado com três faces, olhando o passar do tempo (passado-presente-futuro). A coroa em forma de cornos de búfalo evidencia a proximidade de Shiva com esse animal que representa as forças da terra e da virilidade. Pashupati está sentado em posição de meditação, o que nos faz pensar que as técnicas meditativas já existiam naquele período. Os quatro animais ao seu redor são o tigre, o elefante, o rinoceronte e o búfalo. Por ser o Senhor das Feras, Pashupati podia meditar entre elas sem ser atacado. Mas, há um outro simbolismo. Esses animais podem representar nossas emoções e instintos mais básicos como o orgulho, a força bruta, o ódio e a sexualidade desenfreada. Pashupati, então, é também aquele que domou suas feras interiores, suas emoções e convive sabiamente com elas. O Shiva Purana, conta que os deuses estavam em luta com os demônios e, como não estavam conseguindo vencê-los, foram pedir auxílio a Shiva. Shiva lhes disse: "Eu sou o Senhor dos Animais (Pashupati). Os corajosos titãs só poderão ser vencidos se todos os deuses e outros seres assumirem sua natureza de animal." Os deuses hesitaram pois achavam que isso seria uma humilhação. E Shiva falou novamente: "Não é uma perda reconhecer seu animal ( a espécie que corresponde no mundo animal ao princípio que cada deus encarna no plano universal). Apenas aqueles que praticam os ritos dos irmãos dos animais (Pashupatas) podem ultrapassar sua animalidade." Assim, todos os deuses e titãs reconheceram que eram o rebanho do Senhor e que ele é conhecido pelo nome de Pashupati, O Senhor dos animais. Esse textos nos mostra a ligação do Yoga primitivo com o Xamanismo.

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O lado direito da estátua é claramente masculino, apresentando os atributos de Shiva: a serpente, o tridente, etc. Do lado esquerdo, vemos uma figura feminina, com os trajes típicos, o brinco feminino, etc. Esse aspecto de Shiva representa a união cósmica entre o princípio masculino (Shiva) e o feminino (Parvati), entre a consciência (Shiva) e a matéria (Parvati).

As cobras que Shiva usa como colares e braceletes simbolizam o seu triunfo sobre a morte, a sua imortalidade.

O filete de água que se vê jorrar de seus cabelos é o rio Ganges. Conta a lenda que o Ganges era um rio muito revolto que corria na morada dos deuses. Os homens pediram para que o rio corresse também na terra. Porém, devido à violência do rio, seu impacto com a terra seria muito violento, terminando por aniquilá-la. Para resolver o problema, Shiva permitiu que o rio primeiro passasse por sua cabeça para amenizar o impacto com a terra, em seguida escorresse suavemente pelos seus longos cabelos.

Sendo o asceta eremita da Trimurti, Shiva é considerado o criador do Yôga, que teria ensinado pela primeira vez a sua esposa Parvati.

FONTE: pt.wikipédia.org

PS: SEM QUALQUER MODIFICAÇÃO DO CONTEÚDO, POR RESPEITO AOS DIREITOS AUTORAIS.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

“Garapa”

Brasil – Três mulheres do povo.

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"Ele quer morrer; eu não, quero viver", diz Rosa, referindo-se ao marido, uma das três mulheres retratadas no filme Garapa, filmado em 2005 e lançado em Brasília pelo Conselho Nacional de Segurança Alimentar (CONSEA), com a presença do diretor do filme, José Padilha, de Chico Menezes, um de seus inspiradores e ex-presidente do CONSEA, conselheiros e convidados do governo e da sociedade.

 

Diz o texto de lançamento: "Garapa é uma mistura de água com açúcar, muitas vezes o único alimento de famílias pobres do Nordeste. Os dramas e flagelos de três dessas famílias brasileiras - uma de Fortaleza, outra de Choró, a terceira do sertão cearense - são mostrados neste que é um dos mais contundentes documentários sobre a fome no país, um soco no estômago, uma denúncia social, mas também um convite à reflexão." No final da exibição, ninguém aplaudiu, diferente do normal de estréias, onde o público mostra com palmas o agrado (ou desagrado) do filme. Desta vez não. Silêncio absoluto, nenhum murmúrio, nenhuma palavra.

 

A câmera, em dado momento, caminha lentamente, quase para sobre o que uma das mães diz serem ‘as perebas’ das suas crianças, pernas e braços, até rosto, cheio de feridas por onde passeiam as moscas, elas deitadas no chão duro, no meio da terra e da poeira. Dá vontade de desviar o olhar. Pensei comigo mais de uma vez: Quando será que não precisarei mais olhar uma cena assim no meu país, na minha terra, na minha pátria, se Josué de Castro, em Geografia da Fome,  descrevia os mesmos problemas há cinco décadas, ou Graciliano Ramos escrevia Vidas Secas, tão bem transformado em imagens por Nelson Pereira dos Santos?

 

De nome elas são Rosa, Robertina e Lúcia, as três mulheres do povo que escancaram suas vidas e seu cotidiano, seus filhos, seus maridos, sua casa, sua tristeza e sua luta. Seja na cidade grande, seja na pequena, ou então no sertão nordestino, a ‘fartura’ é a mesma: falta comida, falta trabalho, falta remédio, falta conhecimento. Mas não falta esperança: quando Rosa diz que, ao contrário do marido, quer é viver, significa  que há vida, que há olhar para o futuro; quando Lúcia pega os três filhos, entra no ônibus, vai nas casas da cidade buscar ajutório, ou vai para o posto de saúde pesar os filhos e receber orientação; quando uma delas não sabe a idade que tem por não ter documento, achando que tem menos de 30 anos, e acaba chorando por não conseguir dar alimento suficiente para os filhos.

 

Os homens mal aparecem, ou desaparecem. Um gosta de beber e de xingar a mulher. Outro, de vez em quando, pega na enxada para capinar o chão duro e seco. Outro, quando a mulher pede, vai encher os tonéis de água em cima de um jegue num açude sujo. Outro senta-se, olhar triste e perdido, sobre o muro da varanda, enquanto a mulher faz comida, cuida dos filhos, busca leite no mercado, que acabou não vindo porque a pessoa encarregada não apareceu. Sobra, como diz uma delas, preparar uma garapinha, dar para as crianças e assim enganar a fome e a dor na barriga.

 

No debate, José Padilha diz que em país regido pelas regras da razão, a miséria é uma vergonha; em país não regido, a riqueza é uma vergonha. Segundo ele, o Brasil não é regido pelas regras da razão. E elogia o Fome Zero, o Bolsa Família e as políticas sociais do governo Lula, porque permitem o primeiro passo para o fim da miséria e da fome no rumo da cidadania: "Historicamente, via inflação e outras formas de rentismo, transferiam-se os ganhos, e os votos, para os mais ricos e as elites. Hoje quando há transferência de renda  para os mais pobres, natural que, por reconhecimento,  transfiram-se também os votos." (grifamos)

 

Por isso, e o filme pretende contribuir para tanto, é fundamental aprovar a PEC 047/2003, emenda constitucional em votação no Congresso que prevê a inclusão da alimentação como um dos direitos fundamentais no Artigo 6º da Constituição. Uma campanha, Alimentação: Direito de Todos, está desencadeada em todo Brasil, de sensibilização dos deputados federais e senadores para sua aprovação. (grifamos)

 

Rosa, Robertina e Lúcia são as mulheres do Brasil: lutadoras, responsáveis, mães, provedoras da casa e da família, as que não se entregam nunca, as que nunca desistem, as que, sobretudo, amam e cuidam de seus filhos. Vivem na pobreza, porque não há, ainda, outro jeito, não encontraram uma maneira de dela sair. Mas acreditam que seus filhos, quem sabe, viverão tempos melhores.

 

Garapa é um filme difícil de assistir, ainda mais no século XXI e num país como o Brasil, um dos maiores produtores de alimentos do mundo. Mas mostra também que, se este é um povo sofrido, se as mães, mulheres (e homens) que se mostram inteiras muitas vezes só têm garapa para dar a seus filhos, por outro lado e ao mesmo tempo, a reflexão sobre a fome, a miséria, a exclusão social e a quase eterna má distribuição de renda, mais a luta contra todo tipo de desigualdade, por justiça e políticas sociais e públicas de governos sinalizam esperança. Como diz Rosa, num grito de vida e urgência, eu não quero morrer, eu quero viver. Aí estão a dignidade, a resistência das mulheres do povo, a fé em si mesmas e no futuro.

 

Selvino Heck *

* Assessor Especial do Presidente do Brasil

Fonte: Adital

 

Elogiar o Fome Zero, o Bolsa Família, dentre outras políticas sociais pertinentes ao texto ora abordado? Não me iludo. Quisera ver essas, dentre outras medidas pertinentes ao texto dando certo,atingindo seu real objetivo. Sabemos e vemos que não é isso que ocorre, pois na realidade a finalidade dessas políticas tem “pairado” noutros locais e quem deveria receber não recebe, não consegue receber. O objetivo não atinge a sua finalidade, em grande parte.

E quanto ao PEC, “por acaso a inclusaõ da alimetação como um dos direitos fundamentais no art. 6 da CF " não deveria estar incluso (subentendido) no Caput do art. 5 da CF, onde consta “…inviolabilidade do direito à vida.” ? Por acaso alguém consegue VIVER SEM alimentação?

Aos bacharéis em direito, gostaria de deixar claro que não estou interpretando a lei. No entanto, gostaria de deixar mais claro ainda que estou dando um grito de socorro aos absurdos constantes na mesma. O direito à vida existe, antes de qualquer um querer se apossar do que é de todos, desde antes da criação do mundo. O que me parece é uma tentativa ilusória e muito mal feita de querer tapar o sol com a peneira.